domingo, 30 de julho de 2017

Cultura do Povo Moçambicano


Cultura do povo moçambicano (Zona Sul)

Resumo

Este trabalho centra-se no estudo da cultura do povo Moçambicano, especialmente à zona sul.   Moçambique possui uma rica e longa tradição cultural de coexistência de diferentes raças, grupos étnicos e religiões, ora isto reflecte a diversidade de valores culturais que em conjunto criam as identidades do Moçambique moderno. Apesar de possuír uma diversidade cultural e religiosa diferente de outros lugares raramente serve de razão para gerar conflitos entre os povos de Moçambique.

Com o objectivo de criar uma identidade nacional, o Português foi adoptado como língua oficial depois da independência. No entanto,  existem em Moçambique cerca de 20 grupos linguísticos e eles são contrários ao Português largamente falado, especialmente nas zonas urbanas e hoje, cerca de 25% da população fala Português.

O presente trabalho cujo tema é Cultura e tradição  é de extrema importância dado que, a identidade de um indivíduo encontra-se na sua cultura. Portanto,  nesse trabalho falaremos de todos os aspectos relacionados com a  Cultura da zona Sul.

2. Introdução

No presente trabalho temos como tema, Cultura no caso da zona Sul. A  cultura define-se como sendo um conjunto complexo de maneiras de ser, estar, comportar-se e relacionar-se desde o nascimento até a morte passando pelos rituais que marcam os principais momentos do processo de integração social e de socialização.

Note-se que a constituição da Repúbica de Moçambique estabeleceu o princípio segundo o qual o estado promove o desenvolvimento da cultura e personalidade nacional e garantiu a livre expressão das tradições e valores da sociedade mocambicana.

Efectivamente, a cultura deve ser entendida como um componente determinante da personalidade dos moçambicanos e considera-se a sua valorização como um elemento fundamental para a consolidação da unidade Nacional, da identidade individual e do grupo (bolentim da República,1997 ).

O presente Trabalho irá debruçar-se sobre a Cultura no caso da zona Sul de Moçambique, no que respeita precisamente a  língua, Religião, Dança, Hábitos alimentares, Casamentos, Ritos de iniciação, Falecimentos, atribuição de nomes tradicionais, Feitiçaria/Curanderismo, Adulteiro/Poligamia e por último o Ciúme.

2.1. Localização Geográfica de Moçambique

Moçambique estende-se ao longo da costa Sudeste Africana entre a República da África do Sul e a Tanzânia, numa distância de aproximadamente 2 500 km. Faz fronteira com a República da África do Sul, Swazilândia, Zâmbia, Malawi e Tanzânia. A sua área total é de 799.380 km2.

O clima é sub-tropical até tropical (de sul para norte) , com uma estação chuvosa, quente e húmida de Novembro a Abril, e uma estação seca e fresca de Maio a Outubro. A parte Sul sofre de secas cíclicas. Vários rios cruzam o país no seu percurso para o Oceano Índico, em particular o grande Zambeze, assim como os Rios Limpopo, Rovuma e Save.

Em termos de área, Moçambique pode ser aproximadamente dividido numa planície costeira até 200 km de largura e num planalto montanhoso a Noroeste, nas fronteiras com países vizinhos do interior. Terra fértil é encontrada ao longo das bacias dos rios e no planalto, ao passo que a maior parte do Sul e da costa é arenosa com pouca fertilidade.

A população total é de mais de 18 milhões habitantes, distribuídos por 10 províncias e a cidade de Maputo, 128 distritos, 394 postos administrativos, 1.072 localidades e 10.025 aldeias. Por razões geográficas, económicas e históricas, estas províncias distribuem-se por três grandes regiões: a região Norte, que compreende as províncias de Niassa, Cabo Delgado e Nampula; o Centro, com as províncias da Zambézia, Tete, Manica e Sofala e a região Sul, que inclui Inhambane, Gaza, Maputo Província e Maputo Cidade (Agenda 2025, 2003 :7 ).

Maputo, antiga Lourenço Marques, é a capital e a maior cidade de Moçambique. É também o principal centro financeiro, corporativo, e mercantil,do país. Localiza-se no sul do país, na margem ocidental da Baia de Maputo.
A cidade constitui administrativamente um município com um governo eleito e tem também, desde 1980, o estatuto de província.

2.2 Caracteristicas de Funcionamento da língua Xichangana (Zona Sul)

Situação geográfica

Xichangana é uma língua de origem “bantu”, falada na região sul de Moçambique, exactamente na província de Gaza e na  província de Maputo, nos distritos de Magude, Moamba e em algumas localidades ou arredores do destrito da Manhiça. Nesse caso tratar-se-á da comunidade de Maputo.

Código linguístico

Xichangana é uma língua que pertence a zona S, grupo linguístico S50-Tsonga, do código linguístico S53.

Caracteristicas da língua Xichangana

Xichangana é uma das diversidades da língua “Bantu”com traços de parentesco com outras da mesma origem, além disso é uma língua de classe e de concordância.

3. Religião

Quanto á religião está mais ligada a religião cristã, Zione/ Sião, Católica, Evangélica/ Pentecostal, Islâmica e Anglicana.
Comparando os censos de 1997 e 2007, verifica-se redução no número de pessoas que dizem não pertencer a qualquer seita religiosa, passando de 15,9% em 1997 para 14,3% em 2007.
Foi verificado também redução no número de pessoas pertecentes a  Igreja Zione, uma seita religiosa que constitui uma miscelânea entre o cristianismo e crenças animistas tradicionais, de 38,7% em 1997 para 25,2% em 2007.
O número de católicos, por sua vez, aumentou de 21,6% em 1997 para 23,1% em 2007. Os muçulmanos passaram de 4,6% para 5,3%, enquanto que os protestantes dobraram de 1997 para 2007, atingindo 21,2%. A meu ver a religião mais predominante, é a religião católica ocupando a maior parte da população.

3.1 Dança

No que toca a este aspecto, na zona sul, existem vários tipos de dança, dentre as quais temos, danças tradicionais:

  •  Xigubo 
  • Ngalanga
  • Xingomani
  • Makuaela
  • Makuai

3.3. Hábitos alimentares

No que concerne aos hábitos alimentares, na Zona Sul temos a Matapa, cacana, xiguinha, macofo e nhangana.
A matapa é feita apartir de mandioca e água de coco e amendoim. A cacana, é usada para a alimentação e para fins medicinais, sobre tudo em infusão. E é muito usada pelas mulheres amamentando, pois acredita-se possuir propriedades que aumentam capacidade da mulher produzir leite.
A xiguinha é preparada apartir de tuberculos de mandioca e folhas de cacana, feijão nhemba e fruta de cacana.
A macofo é feita com folhas de couve e amendoím e a nhangana é prepada a partir de folhas de feijão nhemba e amendoim.

3.4. Casamentos

Se um homem está interessado por uma Mulher, tem de  falar para os seus pais, em seguida interpela-se à família que a moça pertece, por formas que os pais do homem entrem em contacto com a família da Mulher, de modo que chegado lá não tenham nenhuma complicação,  na vedade a expressão que se usa logo que são recebidos é a seguinte “yikombela mati” que  significa, estamos a pedir água e a família da mulher perguntará qual é a água que eles precisam( água é a expressão que se usa porque a mulher chegado em casa do marido terá de fazer todos os trabalhos de casa incluindo procurar água para ser utilizado em casa), isto por a água ser um precioso líquido muito importante, portanto, os familiares do homem terão que  caracterizar a moça. Note-se que a Família do Homem terá que explicar quais as tendências que tem com a moça. De seguida os familiares  da  Moça irão dizer quais são os requisitos necessários para que ela saia de casa  (é o caso de lobolo e/ou casamento).  

Quanto aos casamentos, na zona sul, um jovem honesto passa por 3 Casamentos: Tradicional ou lobolo, Civil e Religioso.

Todavia, o lobolo é imprescindível, razão pela qual o governo reconhece como legítimas às famílias constituidas neste casamento, desde que as estruturas comunitárias de base assistem e enviem relatórios à admnistração local, esta por sua vez assenta no registo civil que três meses depois os noivos podem ir assinar o registo do seu casamento, desde que autorizados pelos seus pais.  

Lobolo é um costume cultivado até hoje no sul de Moçambique. A família da noiva recebe dinheiro pela perda que representa o casamento e a ida para outra casa. No entanto, o lobolo tem significado de unir os antepassados das duas famílias (a do noivo e a da noiva), pedir aos antepassados que dêem sorte ao novo lar e sobretudo a fertilidade da noiva; garantir protecção da mulher na família do seu marido e finalmente passa a pertecer a família do seu marido; garantir o direito a noiva continuar na casa do marido a cuidar dos filhos, caso este morra o irmão do marido assume a esposa como herdeiro da família. Com efeito, o mesmo permite que com a morte da esposa ainda jovem (sobretudo se deixar filhos menores) a família dela oferece ao genro uma menina para cuidar de seus sobrinhos como seus filhos e ela passará a ocupar o lugar da falecida irmã no lar. Se o genro está disposto a lobolar a menina, trata de organizar todas as formalidades, dádivas que constituem  vestuários para pai da noiva, sua mãe, suas tias (materna e paterna), seus avós (maternos e paternos), cinco litros de vinho, tabaco, algumas bebidas tradicionais e um valor de 1000 MT ( este valor varia de família em família podendo ser mais ou igual. Portanto, há famílias que com a pobreza e economia do mercado querem ser compensadas às despesas feitas para o crescimento, saúde e educação da menina já que uma vez formada vai trabalhar para a família do seu marido.

3.5. Falecimentos

Relativamente aos falecimentos, se por acaso morre alguém da família, todas as crianças devem ficar fora de casa para que não peguem susto e não podem ver um morto. É obrigatória a presença de todos os menbros da família como uma forma de demonstração da união na família e também para despedida da pessoa que teria perdido a vida. Caso isso não acontença o familiar (filho), que não estiver no velório terá azar.

Portanto, na casa onde haver falecimentos não deve ficar sem familiares ou visinhos, isto significa que a casa do falecido deve sempre estar lotada de presentes como forma de consolar a viúva no sentido de sentir-se proctegida para não pensar no sucedido e não estar sempre angustiada pela perda do ente-querido.

No caso de um chefe de família que perdeu a vida, a esposa deve estar sempre coberta dos pés até a cabeça e não pode ser vista de maneira nenhuma  e também deve ficar no quarto com as tias de casa, chamadas “MASSUNGACATE” que significa tias de casa ou irmãs do falecido. A viúva quando estiver a ir ao cemintério deve estar coberta com uma capulana grande, chamada “MUCUME”. Com objectivo de escondê-la porque presume-se que ela está quente, pelo facto de ter perdido seu marido. Assim, regresando do velório deve-se cortar o cabelo e vestir de preto, como sinal de luto na família. Enfim, fica-se em casa da viúva durante um tempo que corresponde a uma semana para poder visitar a campa do falecido pela segunda vez, o que se chama cerimónia de depositação de flores. Voltando para casa, há uma reunião na família do falecido para decidir acerca de um rito de purifição da mulher, chamado “kuthinga”, onde o irmão mais novo do falecido deve fazer sexo com a viúva. Á noite, após fazer sexo deve-se ferver um chá, onde quem faz é a própria viúva, toma e depois serve para todos os seus filhos como mais uma maneira de lavar a casa.

3.6. Atribuição do nome

No respeitante a atribuição de nomes, temos o seguinte aspecto, na cultura changana para atribuição do nome a uma criança recém nascida existêm dois critérios a serem seguidos: o nome tradicional e um nome do gosto dos pais.

No que concerne ao nome tradicional, antes do bebé nascer deve procurar saber dos curandeiros qual é a pessoa que tenha morrido na família que deseja ser chará da criança, sendo assim os pais da menor vão procurar saber dos espíritos chamados “tinguluves” e seguidamente fazem todas as cerimónias até encontrar um nome de um falecido. Caso não procurem saber do nome nos curandeiros e atribuir-se um nome qualquer que seja, pode dar o caso da criança ficar sempre doente, até perceber-se que existe um falecido na família que precisa ser recordado. Nesse sentido, se a família da criança ignorarar esse aspecto a criança pode chegar a perder a vida, nisso porque os espíritos irão zangar e levarão a criança para junto deles. Pensa-se que os antepassados estão sempre com eles para lhes proctegerem caso haja um incoveniente, eles retiram-se deixando as coisas/ a vida correr mal do lado da família.

3.7. Curanderismo / Feitiçaria

Curandeiro ou “médicos tradicionais”são os que assumem um papel central quer na prestação de cuidados de saúde, quer na regulação da incerteza e dos problemas sociais dos seus utentes.
Os curandeiros são os que detêm  poderes curativos, divinatórios e de eficácia ritual ao facto de serem possuídos por espíritos de defuntos que com eles formam uma simbiose profissional e ontológica (Honwana 2002).

Numa família se alguém estiver com esse dom são ainda estes espíritos que o forçam a abraçar a profissão, através de uma doença de chamamento que é, simultaneamente, uma declaração de intenções por parte dessas entidades espirituais e uma ameaça de morte caso recusem submeter-se à eles.

No entanto, o indivíduo com essas tendências a partir do momento em que inicia a sua formação, é orientada por um nyanga experiente, a profissão passa a ser o fulcro da sua existência, a que todos os restantes aspectos da vida se subordinam e objecto de um forte investimento emotivo, intelectual e valorativo.

O papel e função do nyanga é ser um prestador de serviços terapêuticos e rituais, ser um intermediário junto das entidades espirituais (recorrendo à adivinhação ou transe) e ser um gestor da incerteza. Isto faz com que, para além de curar doenças, possa ver-se obrigado a desempenhar tarefas tão díspares como combater feiticeiros ou servir de conselheiro matrimonial e familiar.

A capacidade para desempenhar estas tarefas advir-lhe-á de ser possuído por espíritos (chikuembo) ou seja, por entidades espirituais que ao contrário dos antepassados e defuntos comuns adquiriram poderes especiais em virtude do estatuto, acções ou excepcional força espiritual que tiveram em vida ou devido a circunstâncias negativas na sua morte. Com efeito, não é suposto alguém escolher ser nyanga, mas antes ser escolhido para essa tarefa por espíritos que mantêm algum tipo de ligação familiar com a pessoa e «querem trabalhar» através dela (ou, mais precisamente, com ela e nela), após um acto de possessão.

Em casos excepcionais, que apenas detectei em famílias onde um dos pais herdou uma grande quantidade de espíritos, a escolha pode ser anunciada (por sonhos, adivinhação ou transe) mesmo antes do nascimento da criança juntamente com o género e o nome a atribuir ao bebé.
O Habitual, contudo, é que a exigência de trabalho por parte dos espíritos assuma a forma de uma «doença de chamamento» que, a par de sintomas físicos individualizados e/ou de acidentes frequentes e insólitos, incluirá uma fraqueza geral e fortes dores (em particular nas articulações) para as quais a biomedicina não encontrará aparente explicação. Normalmente, o enfermo irá recorrendo a todos os prestadores de cuidados de saúde a que puder ter acesso, até que um nyanga lhe diagnostique uma possessão por espíritos, revelando a identidade destes e os acontecimentos que no passado e na genealogia legitimam o seu chamamento.

A família poderá nunca ter ouvido falar dessas histórias e, por isso, recusar validade à sua exigência. Pode também, caso elas tenham acontecido há várias gerações sem que os espíritos alguma vez tenham chamado familiares seus, alegar que as razões invocadas já prescreveram e negociar uma outra forma de compensação. Ainda que se as exigências são consideradas legítimas mas o doente não reconhece a presença dos espíritos, se recusa a cumprir o chamamento ou tenta adiá-lo sem razões válidas, espera-se que sistemáticas doenças, desgraças e mortes o venham a atingir a si e à sua família.

Entretanto, ter acesso a todas as capacidades de que um nyanga pode dispor implica que se seja possuído por pelo menos três tipos diferentes de espíritos: por membros falecidos da família (tinguluve, cuja principal especialidade é a cura de doenças, embora também façam adivinhação), por espíritos vaNguni (os invasores de origem zulu que estabeleceram o império de Gaza no século XIX, cujas especializações são inversas das anteriores) e por espíritos vaNdau (os mais longos resistentes à expansão Nguni, então integrando já nas suas tropas os anteriores habitantes do sul de Moçambique que têm como principal especialidade o kufemba, processo de detecção e eventual expulsão de espíritos).

Quanto a Feitiçaria não se difere tanto do curandeirismo, mas para ser feiticeiro na cultura de machangana é preciso que procure um medicamento num curandeiro que lhe dê esse poder de se intrometer na vida dos outros, isso é mais para pessoas com invenja dos outros isto quando não gosta-se ver o desenvolvimento de outras pessoas, contudo fazem de tudo para lhes amaldiçoarem. Portanto, existem em nós forças vivas não utilizadas e muitas influências não controladas que podem ser usadas em tudo. Forças, que podem ser usadas para nossos beneficícios desde agora e servir para nos conduzir nos caminhos do sucesso, no campo afectivo, profissional e financeiro, além da resolução dos mais diversos problemas que que se nos apresentam no dia a dia, contudo, pretende-se chamar a atenção para as graves  consequências, isto se não souber lidar com tais influências que além de outras coisas nos podem levar á loucura e perdição total. A feitiçaria  é  usada para o bem assim como para o mal conforme a vontade e desejo do paciente através do mago que invocará os mais diversos espíritos sendo que cada espírito tem  a sua função, quer no reino do bem e quer no reino do mal. Enfim, várias pessoas tem optado pela parte maldosa, daí designar-se feiticeiro todo aquele que têm um coração maldoso e rancoroso. Na feitiçaria há tranferência de poderes de pais para filhos, contudo um feiceiro sempre escolhe um seu filho para continuar com esses actos depois dele morrer.
   
 3.8. Poligamia /Adulteiro

Poligamia  é uma  palavra de origem grega que significa união conjugal de uma pessoa com várias outras vivendo simultaneamente sob o mesmo tecto.
Na cultura da zona sul, para os machanganas um homem tem o direito de ter mais de uma esposa para fazer crescer a família com o número de filhos que terá. Mas com essa situação as mulheres são as que sentiam em primeiro o impacto negativo que advém da partilha do mesmo homem e a seguir os/as filhos/as.
Para os homens, não tinham nada melhor que ter mulheres sub-missas em todos os aspectos e isso faz os sentirem-se mais homens ou homens de verdade.

Contudo, estavamos  perante uma desigualdade de género onde o homem aparece como o que detêm todo o poder e que por via disso tem o “direito” de fazer tudo quanto lhe apetecer.
A mulher que diante das normas sociais estabelecidas, ela só devia obeceder, ter paciência, entender o homem e como se não bastasse fingir ser feliz com tudo isto.

Os homens poligamos ficavam felizes e em contrapartida suas esposas não, contudo eles sabiam fazer uma boa gestão da situação o que favorecia para um bom ambiente de convivência entre elas. Por outro lado, chegou um tempo em que as mulheres já não pensavam da mesma maneira e ficou claro que elas não estavam felizes com a situação, mas tinham que manter o relacionamento para não serem humilhadas por não terem marido, por fim, elas faziam de contas que estavam felizes só para manterem uma boa imagem social. A poligamia não se difere tanto do adultério, mas essa já a um nível mais avançado e sem o consentimento do parceiro(a).

3.9. Ciúmes

As mulheres assim como os homens machanganas são muito ciumentos o ciúme, é claro, provém de uma falta de confiança, isso significa que ambos não se confiam e isso acaba de certa forma tornando a relação não saudável e tem os seus efeitos péssimos.
Um machangana por causa do ciúme exagerado prefere quando vai a África do Sul trabalhar, procurar um medicamento para controlar a esposa e saiba no momento em que a esposa se envolver com outro homem. Esse é de facto um sentimento indescente responsável por muitos divórcios pois,  ele não só faz crescer a desconfiança entre os esposos, como também desperta a malícia no cônjuge. Por essa razão, diz bem a Sagrada Escritura no livro do Eclesiástico: "Não sejas ciumento de tua esposa para que ela não empregue contra ti a malícia que lhe ensinaste" (Eclesi. IX, 1).

4. Conclusão

Finalmente, depois de ter feito um estudo profundo acerca da cultura na Zona Sul de Moçambique-Xichangana, é inportante referir o valor que têm o conhecimento da tradição para sabermos como interagir com os outros respeitando a sua cultura e tradição de cada povo, falo exactamente na difusão de informação nas comunidades.  Assim sendo, a manifestação de nossos valores culturais, ideias e emoções,  deve-se  fazer o uso da cultura de cada povo para que possámos nos entender.

A cultura da zona sul, tem as suas implicações quer negativas, quer posetivas, mas não podemos criticar visto que são os modos vivendis que os destinguem de outras sociedades.

De salientar que  a cultura Moçambicana deve ser estudada para que ela seja um elemento activo na luta pelo desenvolvimento do pais, pois a maioria dos produtores desse país são conhecedores da cultura e tradição dos povos e por essa razão que é preciso um estudo profundo acerca da origem de cada cidadão moçambicano.

Para concluir é importante o conhecimento de diferentes culturas de cada povo respeitando a maneira de ser e de estar de cada cidadão, tratando-o de mesma forma.

5. Bibliografia

1. BOLENTIM DA REPÚBLICA ( junho de 1997), Política Cultural e estratégias da sua implementação , I SÉRIE – Número 23, pág 1 e 2

2. INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA (INE). III Recenceamento Geral da população e habitação, 2007.

3. NGUNGA, Armindo (2004): Introdução à Linguistíca Bantu, Imprensa Universitária

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